Ecossistema 3D: Como a 2Cubos Está Transformando a Indústria com Impressão 3D no Brasil
No dia 5 de junho de 2025, a 2Cubos participou do evento ”MUNDO SENAI” no SENAI Sorocaba com um objetivo que vai além de simplesmente apresentar sua estrutura ou as tecnologias que utiliza, mas com o propósito de dividir uma visão sobre o ”Ecossistema 3D’‘ construída com base na prática diária de quem vive e impulsiona o avanço da manufatura aditiva no Brasil.
O que apresentamos não foi apenas um panorama técnico, mas sim o conceito central que nos move: o Ecossistema 3D. Um ambiente completo, onde educação, projeto, tecnologia, produção e transformação social caminham interligados. Não falamos de previsões futuras ou de cenários distantes. Falamos de um presente concreto. A manufatura aditiva já não representa uma possibilidade incerta — ela é, hoje, uma resposta madura aos desafios reais enfrentados diariamente pela indústria nacional.
A virada de chave do Ecossistema 3D começa na mentalidade
Hoje, o maior desafio para o avanço da impressão 3D não é técnico — é mental e cultural. A tecnologia já amadureceu, os equipamentos evoluíram, os materiais se diversificaram e as aplicações são cada vez mais robustas. No entanto, ainda há uma distância entre o que a impressão 3D realmente entrega e o que grande parte do mercado acredita que ela é capaz de fazer.
Durante a palestra, destacamos que a principal barreira está na visão estratégica dos líderes empresariais e industriais. Muitos ainda carregam uma visão ultrapassada, onde impressão 3D é vista como sinônimo de hobby, prototipagem visual ou produção amadora. Poucos compreendem o quanto a manufatura aditiva já está madura para atuar diretamente na produção final, otimizando prazos, custos, qualidade e principalmente flexibilidade produtiva.
Essa educação de mercado não é sobre ensinar o operador a configurar uma máquina. É sobre mostrar para engenheiros de produto, gerentes industriais e tomadores de decisão que a impressão 3D pode ser incorporada à engenharia de produção como uma etapa natural, substituindo processos tradicionais em várias situações — e, muitas vezes, com ganho de competitividade. Trata-se de mudar a forma como as empresas pensam o desenvolvimento e a produção de seus próprios produtos.
Projetar dentro do Ecossistema 3D é experimentar com inteligência
Se tratando da etapa de projetos, Samuel trouxe a seguinte reflexão: Com essa mudança de visão, ocorre também uma revolução silenciosa dentro do próprio desenvolvimento de produto. Tradicionalmente, cada novo projeto exigia elevados investimentos iniciais em moldes, usinagens, ferramentarias e longos ciclos de aprovação. Inovar sempre foi, em muitos casos, um exercício financeiro de risco.
No entanto, com a prototipagem rápida proporcionada pelo Ecossistema 3D, o desenvolvimento de novos produtos assume uma dinâmica completamente diferente. O erro deixa de ser um ponto de medo e passa a ser um instrumento de acerto.
Hoje, empresas podem testar ideias, validar encaixes, ajustar geometrias e validar ergonomias em ciclos curtos, com custos viáveis e sem a pressão de comprometer grandes volumes de produção. Isso potencializa a criatividade técnica com responsabilidade, garantindo que o produto chegue à sua configuração ideal com muito mais velocidade, assertividade e controle.
Casos práticos: empresas que já vivem o Ecossistema 3D
Durante a palestra, apresentamos casos reais de empresas que já vivem e operam dentro do Ecossistema 3D, com aplicações de alto impacto direto na produção.
O primeiro exemplo veio da AsalatoSampa, conduzida por Tanaka, que utiliza impressão 3D para fabricar instrumentos musicais digitais de alto desempenho, com design ergonômico, precisão dimensional e personalização total de timbre — algo que seria inviável escalar por processos convencionais.
O segundo exemplo foi o da Rise, sob liderança de Renan Martines, que aplica a manufatura aditiva no desenvolvimento de pranchas motorizadas (e-foils). Através do Ecossistema 3D, a empresa consegue fabricar estruturas leves, robustas e sob medida, integrando design e engenharia de forma inteligente, com escalabilidade e eficiência de custos.
Ambos os projetos comprovam que a impressão 3D já saiu da etapa experimental e está hoje plenamente integrada como solução real de produção industrial, apoiando negócios que já crescem, vendem e competem com solidez de mercado.
Tanaka (AsalatoSampa)
O que é tecnologia, afinal?
Foi neste ponto da palestra que Alisson trouxe uma reflexão profunda, desmontando a visão romantizada e futurista que normalmente associamos ao termo “tecnologia”. Em geral, imaginamos tecnologia como algo extremamente avançado, complexo, distante da realidade prática das empresas — mas essa visão nos afasta justamente da essência real do que tecnologia significa.
Ao citar a roda e o fogo como exemplos, Alisson nos lembrou que a verdadeira definição de tecnologia é simples: toda solução criada para resolver um problema de forma eficiente e inovadora. A roda, descoberta há milênios, continua sendo aplicada em absolutamente tudo — do transporte terrestre aos processos logísticos mais avançados do mundo. O fogo, igualmente, ainda está presente em diversas cadeias industriais modernas.
Essa lógica aplicada à impressão 3D mostra que o seu valor não está na “novidade”, mas na capacidade concreta de gerar soluções práticas. Não estamos falando de um recurso futurista, mas de um método de produção já inserido no cotidiano de muitas indústrias, permitindo que peças sejam desenvolvidas, ajustadas e produzidas com enorme liberdade geométrica, menos desperdício e com eficiência que os processos tradicionais não oferecem.
Em outras palavras: tecnologia não é aquilo que impressiona visualmente — é o que funciona. E a impressão 3D, neste sentido, já funciona muito além da experimentação.
O avanço tecnológico na prática: Form4 e a nova etapa da produção
A partir dessa concepção realista e objetiva de tecnologia, a 2Cubos apresentou um dos principais marcos de sua evolução industrial recente: a adoção da Form4, uma das impressoras SLA mais avançadas do mundo. Mais do que adquirir um novo equipamento, trata-se de um salto de patamar dentro do Ecossistema 3D da empresa.
Com a Form4, a 2Cubos expande radicalmente sua capacidade de entregar peças com altíssima precisão dimensional, qualidade de superfície superior e repetibilidade industrial estável, características que são essenciais quando falamos de produção de peças funcionais, não apenas protótipos.
Esse avanço tecnológico permite atuar em setores onde a exigência técnica é altíssima, como na odontologia digital, na produção de dispositivos médicos, no desenvolvimento de componentes estéticos de altíssimo acabamento e na engenharia de precisão aplicada, por exemplo, ao setor aeroespacial e automotivo.
O que antes exigia altos investimentos em ferramentarias e longos prazos de desenvolvimento, hoje é resolvido com agilidade e eficiência, colocando as empresas brasileiras em condições de competir em mercados globais de alta complexidade — sem depender de grandes estruturas de produção tradicional.
Democratização e transformação real da indústria
O impacto final — e talvez o mais revolucionário — da impressão 3D não está apenas na tecnologia em si, mas na quebra de barreiras econômicas e estruturais que ela proporciona para o mercado nacional.
Historicamente, pequenas empresas, startups e profissionais autônomos foram limitados pela necessidade de capital inicial elevado, acesso restrito a ferramentarias, terceirizações caras e processos rígidos. Com a manufatura aditiva, essas barreiras deixam de existir. Hoje, mesmo uma empresa emergente pode desenvolver um produto altamente complexo, testar sua viabilidade em pequena escala e só depois escalar sua produção, tudo com custos proporcionalmente acessíveis.
Este é o verdadeiro poder da democratização produtiva: distribuir a capacidade de inovação em todos os níveis empresariais, independentemente do tamanho da empresa. Quem antes dependia de grandes players para desenvolver um produto, agora tem autonomia para criar, ajustar, testar e lançar soluções próprias, num ciclo muito mais rápido e viável.
Mais do que uma tendência de mercado, a impressão 3D oferece à indústria brasileira a oportunidade de construir um novo perfil de negócios — mais dinâmicos, adaptáveis e preparados para os desafios constantes que o próprio mercado impõe.
Imprimir o presente, transformar o futuro
A palestra da 2Cubos no SENAI não foi apenas uma exposição técnica; foi um chamado à reflexão estratégica. A impressão 3D não representa mais um experimento distante: ela já está moldando a indústria de forma prática, eficiente e acessível. O Ecossistema 3D já funciona — e quem conseguir compreendê-lo, terá nas mãos um dos instrumentos mais poderosos de transformação industrial da atualidade.
Quer entender como o Ecossistema 3D pode transformar o seu negócio?
A 2Cubos está pronta para levar suas ideias do projeto à produção real.
